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Em Portugal surgiu também a lenda de um cavaleiro fantasma que aterrorizava as populações, muitos diziam que levava consigo um cutelo para cortar as vitimas em pedaços. As cabeças daqueles que estavam á beira da morte e cometeram graves pecados em vida colocava dentro de uma saca de serrapilheira e cavalgava de regresso ao submundo...os restantes pedaços espalhava pelos campos de cultivo. Durante as invasões francesas foram muitos os soldados que avistaram o cavaleiro e levaram consigo as histórias dos seus encontros com o "diabo". Em noites de lua cheia a população ouvia o trotear do seu cavalo a descer o cabeço, devido ás dimensões e altura do cavaleiro o povo chamava-lhe O Homem Grande. No texto abaixo está a origem desta lenda:

Habia um grupo de dez a doze rapazes a estudar aqui. Tínhamos um status quo que nos deixabam fazer tudo.
 Quando chegasse a altura das ubas, os nossos pais mandabam-nos guardar as
ubas, porque nestes ultimos anos a fome era muita e as pessoas iam às binhas roubar as ubas.
 Nós queríamos andar na farra e da parte da tarde ir guardar as ubas não nos calhaba nada bem.
 Então, eu resolbi inbentar um
fantasma que era feito de um cabalo e, por cima do cabalo, duas tábuas em cruz, uma cabeça, lençóis de cima ao fundo a tapar quase todo o cabalo. E à meia-noite dabamos a nossa reboada pela poboação.
Naquele tempo não havia
alcatrão, as estradas era tudo paralelepípedo e macadame. O cabalo tinha ferradura e quando nós o fizéssemos correr pelas ruas, as ferraduras, batendo nas pedras da calçada, faiscabam. Então, as pessoas quando bissem um fantasma enorme a fazer lume diziam:
 - Atenção que é o
diabo!
 Mas o pobo começou a andar em pânico, às quatro, cinco horas da tarde tudo binha p’ra casa, tinham medo de andar e ninguém roubaba uba.
 No entanto, apareceu aí um moço que binha cá passar férias, mas que estaba em Lisboa e tinha a mania que era lisboeta e que não tinha medo a nada disso.
 Estaba-nos a querer tirar o crédito!
 Ele andaba de
pistola. Então, serbimo-nos de um dos membros que era primo dele.
 - Eh pá, bai a casa e abafa-lhe a pistola, traz munições e tudo!
 Ele foi a casa dos tios, onde o rapaz ia passar as férias, como era primo, traz-nos a pistola e as munições.
 Tirei-lhe as munições, tirei as 
balas da arma e metemos apenas polbora.
 - Agora bai tornar a pô-la.

 

...Continua na Parte II

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